quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sobre a psicopedagogia

1. O que é a psicopedagogia?

A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender e entender suas características evitando assim cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade. Terapeuticamente a psicopedagogia deve identificar, analisar, planejar, intervir através das etapas de diagnóstico e tratamento.

2. Quem são os psicopedagogos?

São profissionais preparados para atender crianças ou adolescentes com problemas de aprendizagem, atuando na sua prevenção, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional.

3. Onde atuam?

O psicopedagogo poderá atuar em escolas e empresas (psicopedagogia institucional), na clínica (psicopedagogia clínica).

4. Como se dá o trabalho na clínica?

O psicopedagogo, através do diagnóstico clínico, irá identificar as causas dos problemas de aprendizagem. Para isto, ele usará instrumentos tais como, provas operatórias (Piaget), provas projetivas (desenhos), EOCA, anamnese.

Na clínica, o psicopedagogo fará uma entrevista inicial com os pais ou responsáveis para conversar sobre horários, quantidades de sessões, honorários, a importância da freqüência e da presença e o que ocorrer, ou seja, fará o enquadramento. Neste momento não é recomendável falar sobre o histórico do sujeito, já que isto poderá contaminar o diagnóstico interferindo no olhar do psicopedagogo sobre o sujeito. O histórico do sujeito, desde seu nascimento, será relatado ao final das sessões numa entrevista chamada anamnese, com os pais ou responsáveis.

5. O diagnostico é composto de quantas sessões?

Entre 8 a 10 sessões, sendo duas sessões por semana, com duração de 50 minutos cada.

6. E depois do diagnóstico?

O diagnóstico poderá confirmar ou não as suspeitas do psicopedagogo. O profissional poderá identificar problemas de aprendizagem. Neste caso ele indicará um tratamento psicopedagógico, mas poderá também identificar outros problemas e aí ele poderá indicar um psicólogo, um fonoaudiólogo, um neurologista, ou outro profissional a depender do caso.

7. E o tratamento psicopedagógico?

O tratamento poderá ser feito com o próprio psicopedagogo que fez o diagnóstico, ou poderá ser feito com outro psicopedagogo.

Durante o tratamento são realizadas diversas atividades, com o objetivo de identificar a melhor forma de se aprender e o que poderá estar causando este bloqueio. Para isto, o psicopedagogo utilizará recursos como jogos, desenhos, brinquedos, brincadeiras, conto de histórias, computador e outras situações que forem oportunas. A criança, muitas vezes, não consegue falar sobre seus problemas e é através de desenhos, jogos, brinquedos que ela poderá revelar a causa de sua dificuldade. É através dos jogos que a criança adquire maturidade, aprende a ter limites, aprende a ganhar e perder, desenvolve o raciocínio, aprende a se concentrar, adquire maior atenção.

O psicopedagogo solicitará, algumas vezes, as tarefas escolares, observando cadernos, olhando a organização e os possíveis erros, ajudando-o a compreender estes erros.

Irá ajudar a criança ou adolescente, a encontrar a melhor forma de estudar para que ocorra a aprendizagem, organizando, assim, o seu modelo de aprendizagem.

O profissional poderá ir até a escola para conversar com o(a) professor(a), afinal é ela que tem um contato diário com o aluno e poderá dar muitas informações que possam ajudar no tratamento.

O psicopedagogo precisa estudar muito. E muitas vezes será necessário recorrer a outro profissional para conversar, trocar idéias, pedir opiniões, ou seja, fazer uma supervisão psicopedagógica.

8. Como se dá o trabalho na Instituição?

O psicopedagogo na instituição escolar poderá:

- ajudar os professores, auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas;

- ajudar na elaboração do projeto pedagógico;

- orientar os professores na melhor forma de ajudar, em sala de aula, aquele aluno com dificuldades de aprendizagem;

- realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o processo ensino-aprendizagem;

- encaminhar o aluno para um profissional (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo etc) a partir de avaliações psicopedagógicos;

- conversar com os pais para fornecer orientações;

- auxiliar a direção da escola para que os profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si;

- Conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de orientação.

9. O que é fundamental na atuação psicopedagógica?

A escuta é fundamental para que se possa conhecer como e o que o sujeito aprende, e como diz Nádia Bossa, “perceber o interjogo entre o desejo de conhecer e o de ignorar”.

O psicopedagogo também deve estar preparado para lidar com possíveis reações frente a algumas tarefas, tais como: resistências, bloqueios, sentimentos, lapsos etc.

E não parar de buscar, de conhecer, de estudar, para compreender de forma mais completa estas crianças ou adolescentes já tão criticados por não corresponderem às expectativas dos pais e professores.


1. O que é a psicopedagogia?

A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender e entender suas características evitando assim cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade. Terapeuticamente a psicopedagogia deve identificar, analisar, planejar, intervir através das etapas de diagnóstico e tratamento.

2. Quem são os psicopedagogos?

São profissionais preparados para atender crianças ou adolescentes com problemas de aprendizagem, atuando na sua prevenção, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional.

3. Onde atuam?

O psicopedagogo poderá atuar em escolas e empresas (psicopedagogia institucional), na clínica (psicopedagogia clínica).

4. Como se dá o trabalho na clínica?

O psicopedagogo, através do diagnóstico clínico, irá identificar as causas dos problemas de aprendizagem. Para isto, ele usará instrumentos tais como, provas operatórias (Piaget), provas projetivas (desenhos), EOCA, anamnese.

Na clínica, o psicopedagogo fará uma entrevista inicial com os pais ou responsáveis para conversar sobre horários, quantidades de sessões, honorários, a importância da freqüência e da presença e o que ocorrer, ou seja, fará o enquadramento. Neste momento não é recomendável falar sobre o histórico do sujeito, já que isto poderá contaminar o diagnóstico interferindo no olhar do psicopedagogo sobre o sujeito. O histórico do sujeito, desde seu nascimento, será relatado ao final das sessões numa entrevista chamada anamnese, com os pais ou responsáveis.

5. O diagnostico é composto de quantas sessões?

Entre 8 a 10 sessões, sendo duas sessões por semana, com duração de 50 minutos cada.

6. E depois do diagnóstico?

O diagnóstico poderá confirmar ou não as suspeitas do psicopedagogo. O profissional poderá identificar problemas de aprendizagem. Neste caso ele indicará um tratamento psicopedagógico, mas poderá também identificar outros problemas e aí ele poderá indicar um psicólogo, um fonoaudiólogo, um neurologista, ou outro profissional a depender do caso.

7. E o tratamento psicopedagógico?

O tratamento poderá ser feito com o próprio psicopedagogo que fez o diagnóstico, ou poderá ser feito com outro psicopedagogo.

Durante o tratamento são realizadas diversas atividades, com o objetivo de identificar a melhor forma de se aprender e o que poderá estar causando este bloqueio. Para isto, o psicopedagogo utilizará recursos como jogos, desenhos, brinquedos, brincadeiras, conto de histórias, computador e outras situações que forem oportunas. A criança, muitas vezes, não consegue falar sobre seus problemas e é através de desenhos, jogos, brinquedos que ela poderá revelar a causa de sua dificuldade. É através dos jogos que a criança adquire maturidade, aprende a ter limites, aprende a ganhar e perder, desenvolve o raciocínio, aprende a se concentrar, adquire maior atenção.

O psicopedagogo solicitará, algumas vezes, as tarefas escolares, observando cadernos, olhando a organização e os possíveis erros, ajudando-o a compreender estes erros.

Irá ajudar a criança ou adolescente, a encontrar a melhor forma de estudar para que ocorra a aprendizagem, organizando, assim, o seu modelo de aprendizagem.

O profissional poderá ir até a escola para conversar com o(a) professor(a), afinal é ela que tem um contato diário com o aluno e poderá dar muitas informações que possam ajudar no tratamento.

O psicopedagogo precisa estudar muito. E muitas vezes será necessário recorrer a outro profissional para conversar, trocar idéias, pedir opiniões, ou seja, fazer uma supervisão psicopedagógica.

8. Como se dá o trabalho na Instituição?

O psicopedagogo na instituição escolar poderá:

- ajudar os professores, auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas;

- ajudar na elaboração do projeto pedagógico;

- orientar os professores na melhor forma de ajudar, em sala de aula, aquele aluno com dificuldades de aprendizagem;

- realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o processo ensino-aprendizagem;

- encaminhar o aluno para um profissional (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo etc) a partir de avaliações psicopedagógicos;

- conversar com os pais para fornecer orientações;

- auxiliar a direção da escola para que os profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si;

- Conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de orientação.

9. O que é fundamental na atuação psicopedagógica?

A escuta é fundamental para que se possa conhecer como e o que o sujeito aprende, e como diz Nádia Bossa, “perceber o interjogo entre o desejo de conhecer e o de ignorar”.

O psicopedagogo também deve estar preparado para lidar com possíveis reações frente a algumas tarefas, tais como: resistências, bloqueios, sentimentos, lapsos etc.

E não parar de buscar, de conhecer, de estudar, para compreender de forma mais completa estas crianças ou adolescentes já tão criticados por não corresponderem às expectativas dos pais e professores.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

PADD – Prova de análise e despiste da Dislexia


Resumo

Várias evidências que sugerem que o leitor normal dispõe essencialmente de duas vias para ler as palavras: uma baseada nos sons – via fonológica – e outra na em unidades maiores que a letra – via ortográfica. Cada uma destas vias apresenta características diferentes, pelo que quando uma delas se encontra lesada estamos perante uma dupla dissociação.

Partindo das teorias clássicas da leitura foi possível criar uma prova (PADD – Prova de Análise e Despiste da Dislexia) constituída por vários subtestes que analisam o desempenho do leitor face a um conjunto de critérios com vista ao despiste de perturbações fonológicas ou ortográficas.

O léxico mental é a parte da memória onde convergem os diferentes tipos de informação que dispomos relativamente às palavras, necessários para a sua compreensão. Esta informação é armazenada em unidades, sendo o fonema uma representação formal e abstracta dos sons elementares.

Os anos 70 e 80 destacaram-se pelo aparecimento de vários modelos de leitura (Temple, 1997). Os trabalhos de Marshall & Newcombe (in Morais, 1997), evidenciaram duas patologias raras mas bastante informativas sobre os mecanismos utilizados na leitura das palavras: Dislexia profunda e dislexia de superfície.

O termo dislexia, refere-se a um conjunto de alterações que têm em comum uma perturbação ou atraso da aquisição e aprendizagem da leitura, na ausência de qualquer outra alteração das capacidades intelectuais (Habib, 2000).

A dislexia profunda (fonológica) caracteriza-se pela ocorrência de erros semânticos (e.g., o sujeito lê “carro” no lugar de “roda”), bem como pela grande dificuldade na leitura da pseudopalavras, facto que atesta uma perturbação severa do processo de conversão grafo-fonológica (Morais, 1977).

É ainda típico destes pacientes um desempenho relativamente idêntico na leitura de palavras regulares e irregulares, bem como a falta de sensibilidade para aspectos fonológicos (Morais, 1997).

O facto dos sujeitos com esta perturbação não conseguirem ler todas as palavras demonstra a importância da via fonológica para uma leitura eficaz, mas a existência de uma via alternativa.

A dislexia de superfície, parece resultar de dano na via ortográfica. Estes sujeitos lêem palavras e pseudopalavras quase com o mesmo nível de desempenho mas lêem muito melhor as palavras regulares do que as irregulares, facto que muita vez conduz a regularizações (Morais, 1997).

Coltheart não nega que o acesso lexical se possa efectuar a partir de uma representação fonológica, nomeadamente no caso da leitura de palavras complexas ou pouco familiares, mas acredita que na leitura corrente e para um leitor sofisticado, o acesso lexical efectua-se directamente a partir da informação ortográfica.

Os dados apresentados sugerem a existência de dois grupos de pacientes em que, por oposição ao leitor normal, têm ora a via ortográfica ora a via fonológica afectada. Cada uma destas vias apresenta características diferentes, pelo que quando uma delas se encontra lesada estamos perante uma dupla dissociação.

Partindo das teorias clássicas da leitura foi possível criar uma teste (PADD – Prova de Análise e Despiste da Dislexia) que analise o desempenho do leitor face a um conjunto de critérios com vista ao despiste de perturbações fonológicas ou ortográficas.

A PADD é constituída por 5 subtestes, um dos quais apresenta um caracter suplementar. Todos os subtestes que formam a PADD podem ser aplicados separadamente, no entanto aplicação global proporciona uma informação mais rica.

Os subtestes de consciência fonética, pretendem analisar a sensibilidade do sujeito para a unidade formal e abstracta dos sons – fonema.

No subteste de subtracção de fonemas é solicitado ao sujeito que retire o som inicial ou final das palavras. Este subteste, baseado no “jogo do príncipe e da feiticeira” (Morais, 1997), revela-se bastante útil e pode ser aplicado de uma forma relativamente simpática e apelativa a crianças em idade pré-escolar.

O mesmo ocorre no subteste de troca de fonemas e no subteste de inversão de fonemas, em que o sujeito deve ora trocar mutuamente os fonemas iniciais de duas palavras (e.g. “galo” e “pêlo”, lê-se “guêlo”), ora inverter a ordem de aparecimento destas unidades na palavra.

O subteste de leitura é composto por seis listas que o sujeito deverá ler em voz alta: lista 1, palavras curtas e frequentes; lista 2, palavras curtas pouco frequentes: lista 3, palavras compridas frequentes; lista 4, palavras compridas pouco frequentes; lista 5, pseudopalavras curtas; lista 6 pseudopalavras compridas. Cada lista apresenta duas colunas: coluna A – palavras regulares – e coluna B – palavras irregulares.

Em cada um destes subtestes é registado o tempo de latência para cada resposta, bem como a resposta do sujeito, com vista à cotação da percentagem de erros.

O subteste de memória auditiva imediata apresenta um carácter suplementar e fundamenta-se no subteste de memória de dígitos proposto por Wechsler (1955). Pretende verificar a existência de eventuais deficiências ao nível na memória auditiva que influenciem negativamente a leitura.

Uma vez afastada a hipótese de dificuldades ao nível da memória e capacidade intelectual, o padrão de resultados obtidos nos subtestes da PADD permite analisar o processo de leitura bem como informar acerca de eventuais perturbações.

A ocorrência de dificuldades nas provas de consciência articulatória e consciência fonética sugere problemas ao nível da via fonológica. Caso o subteste de leitura detecte dificuldades na leitura de pseudopalavras e ocorram parafasias semânticas esta ideia surge reforçada.

Um desempenho razoável nos subtestes de consciência fonética e na leitura de pseudopalavras que contraste com uma maior dificuldade na leitura de irregulares face a regulares, bem como a ocorrência de erros de regularização, sugere perturbação na via ortográfica.


Disléxicos precisam de provas adaptadas

Um estudante com dislexia não consegue ler e escrever com precisão e fluência, habilidades altamente exigidas em exames como o Enem e o vestibular

Mundialmente famoso por ter formulado a teoria da relatividade, Albert Einstein apresentava sérios problemas de aprendizado. O alemão tinha dislexia, um distúrbio que o impedia de ler e escrever com a mesma facilidade dos demais estudantes. Mesmo assim, tornou-se um dos maiores gênios de todos os tempos, graças à ajuda de um professor que percebeu nele um grande potencial para a Física e a Matemática. Se vivesse hoje, porém, e participasse de um exame como o vestibular ou o Enem, Einstein provavelmente apareceria entre os últimos colocados, segundo a psicóloga Mônica Luczynski, especialista em educação especial e criadora de um programa de alfabetização específico para disléxicos.

“Que adaptações os disléxicos tiveram para fazer a prova do Enem? Deveria ter sido dado mais tempo para que eles lessem a prova e a respondessem. Além disso, o estudante disléxico que não teve acesso a medidas remediativas muitas vezes precisa de alguém que leia as questões para ele”, afirma Mônica. A psicóloga diz ainda que não basta oferecer apoio no momento do Enem ou do vestibular. Segundo ela, o acompanhamento pedagógico deve se estender ao período da faculdade. “Algo que pode ajudar esses alunos é a aplicação de provas orais, em vez de escritas, além do uso de programas de computador que lêem o que está na tela”, exemplifica.

Disléxico confunde letras

A dislexia é uma alteração genética e neurológica que provoca dificuldades de aprendizagem nas áreas de leitura e escrita. “O disléxico não consegue estabelecer uma relação entre os símbolos e o som. Ele confunde letras com sons parecidos, como ‘d’ e ‘t’, e não consegue escrever as palavras com esses símbolos de forma correta. Também pode acontecer que ele queira falar uma palavra, mas venha outra”, explica a psicóloga Mônica Luczynski. Segundo Maria Ângela Nogueira Nico, coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), os disléxicos também podem apresentar a memória imediata prejudicada, falta de concentração e dificuldades em decorar tabuadas e aprender outro idioma. (MC)

Vestibular da Tuiuti tem banca especial

No vestibular da Universidade Tuiuti do Paraná, o candidato com dislexia pode solicitar a presença de uma banca especial. “Um professor lê a prova para o vestibulando, em uma sala especial, onde ficam apenas os dois”, explica Ana Luíza Bender Moreira, presidente da Comissão de Educação Inclusiva da instituição. A psicóloga Tamara Simons estudou na Tuiuti, mas conta que não precisou de adaptações para fazer a prova. “Não precisei disso, pois fui diagnosticada cedo e consegui trabalhar as minhas dificuldades”, afirma. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR) ainda não existe a prerrogativa de prova especial para candidatos disléxicos. (MC)

Serviço

Mais informações sobre a dislexia estão no site www.dislexia.org.br e no livro Dislexia, você sabe o que é? – inteligente, mas aprende diferente, de Zeneida Bittencourt. O livro pode ser adquirido pelo telefone (41) 3242-8589.

Prova oral

A história do professor Marcelo Rossini da Cunha, que dá aulas de Biologia no Curso Unificado, mostra como pequenas atitudes podem estimular o aluno disléxico a seguir em frente nos estudos e conquistar um diploma universitário. Ele conta que só descobriu que era disléxico quando estava na faculdade. “Um professor desconfiou de que a turma inteira havia colado em uma prova e resolveu aplicar um exame oral para confirmar se os alunos sabiam a matéria. Eu me saí muito melhor na segunda prova e o professor, depois de me perguntar, entre outras coisas, se eu confundia as letras na hora de escrever, disse que eu poderia ter dislexia”, recorda.

Marcelo procurou, então, uma psicopedagoga. Confirmado o diagnóstico, buscou formas de superar seus problemas com a linguagem. “Durante a faculdade, foi marcada uma prova para verificar se os alunos sabiam a nomenclatura de algas. Todas elas começavam com ‘c’ e terminavam com ‘fita’, e com certeza eu iria escrever os nomes de forma errada. Por isso, pedi para fazer uma prova oral”, conta.

Desinformação

Marcelo teve o apoio dos docentes com quem conviveu, mas muitos disléxicos sofrem com a desinformação daqueles que deveriam incentivá-los. A psicóloga e psicopedagoga Tamara Simons, 30 anos, lembra que ouviu comentários desrespeitosos de um professor de Inglês quando pediu para não participar de um jogo de “stop”, em que teria de escrever palavras no quadro, diante de toda a sala. “Ele me disse que aquela era uma excelente oportunidade para que eu parasse de me esconder atrás da dislexia”, diz. Noa Brykczynski, 26 anos, também passou por situações constrangedoras. “Comecei a fazer o ensino médio em um colégio de Santa Catarina, mas os professores não entenderam as minhas dificuldades e, depois de quatro meses, fui convidada a me retirar”, conta ela, que fez um curso supletivo em Curitiba e agora planeja prestar vestibular para Turismo.